A boca é bicho atrevido
Que nem sempre dá ouvido
À voz que vem da razão.
Um
garoto de temperamento explosivo resolve mudar seu comportamento. Mas
não tinha muita saída. Já tinha sido avisado pelo amigo: ou mudava ou
sairia da turma. Então, se fechou no quarto a fim de encontrar um jeito
de conter seus ímpetos e achou uma solução: para evitar encrencas na rua
e na escola, toda vez que sentisse necessidade de extravasar, ele
abriria um pé de meia velha, que já chutou muita bola, e soltaria todas
as suas emoções: gritos, broncas; afinal, o pé de meia ouve tudo sem
escutar e toda “sujeira” que nele ficasse depois seria lavada com água e
sabão.
Bolha de emoção, meia na água e sabão trata de assunto
embaraçoso e difícil de se falar com a criança: o palavrão, a falta de
boas maneiras... No entanto, Renata, de maneira cuidadosa, divertida e
sensata penetra no universo infantil, sem ares de autoridade, para
sugerir solução para esses momentos explosivos que, afinal, não afetam
só as crianças. O artista plástico mineiro Hugo Ribeiro de Almeida foi
acompanhando de perto as explosões do garoto até chegar à solução, uma
solução que passou por traços delicados, pela poesia, pela emoção das
bolhas que sobem leves e livres e por muita água e sabão.
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