quarta-feira, 31 de julho de 2013

Visita ao Museu Histórico Nacional

Olá meus queridos, hoje trouxe para vocês um pouquinho do Museu Histórico Nacional. No âmbito da Jornada Mundial da Juventude e inteiramente patrocinada pela AAMHN, o MHN apresenta ao público até dia 18 de agosto a exposição "A Arte a Serviço da Fe" - Tesouros do MHN, reunindo 480 peças de sua expressiva coleção de arte sacra, entre as quais pinturas, esculturas em madeira e marfim, oratórios, medalhas, objetos devocionais e peças que integraram a Capela Imperial à época de D. Pedro II.



Oratórios eram comuns nas casas pela arraigada religiosidade brasileira. Quando fechados, pouco revelam do seu conteúdo; abertos, apresentam cenas da vida de santos e imagens sacras, testemunhos da fé a que se recorria nos momentos de alegria e de atribulação.

Significativas também são as pinturas sobre madeira, realizadas na Bahia do século XVIII, que fazem parte do conjunto de seis painéis utilizados nas procissões dos Passos da Paixão de Cristo, na época da Quaresma. Essas procissões eram muito populares e concorridas durante o período colonial e essas pinturas são possivelmente cópias de gravuras flamengas executadas por artesão local ou mesmo português.

Grupo escultórico em biscuit representando o "Sermão de São João Batista". Bing Y Grodhal, século XIX, Dinamarca.





A permanência dos portugueses em terras atualmente chamadas de Brasil deixou ao longo dos séculos não apenas um patrimônio hereditário de miscigenação entre europeus, indígenas e africanos, como também uma fonte tradição religiosa, expressa em objetos que hoje constituem segmento importante do patrimônio artístico nacional.




 
A história da farmácia homeopática, fundada em 1847 por A. J. de Souza Magalhães, se confunde com a da própria cidade do Rio de Janeiro. Outrora denominada Imperial Pharmácia, passa , em 1887, às mãos do boticário português José Teixeira Novaes, seu funcionário desde 1883. A família mantém sua tradição e seus magníficos móveis e utensílios até 1983, quando foi obrigada a se desfazer do imóvel.

Com o apoio da Fundação Roberto Marinho, foi possível preservar todo o acervo móvel, permitindo sua remontagem nas dependências do Museu Histórico Nacional, como um marco da história comercial do país.
O Império em Guerra 

A Guerra do Paraguai ou da Tríplice Aliança (1865-1870) foi o conflito mais longo ocorrido no sul da América. Suas origens remetem ao processo de construção e consolidação dos estados nacionais no Rio da Prata: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Tensões na esfera diplomática, relacionadas à livre navegação nos rios platinos e à concorrência de mercados consumidores, levaram o governo paraguaio a iniciar a ofensiva bélica. Em 1864, o presidente paraguaio Solano López ordenou a apreensão do navio brasileiro Marquês de Olinda, no Rio Paraguai, que levava o novo presidente da província de Mato Grosso. No mês seguinte, determinou uma investida contra essa província. Em 1865, Brasil, Argentina e Uruguai assinaram o Tratado da Tríplice Aliança que determinava, entre outras medidas, que a guerra somente acabaria com a saída de Solano López do poder.
Após quatro anos, entre avanços e retrocessos da Tríplice Aliança, a derrota paraguaia é selada com a morte de Solano Lopez, em 1º de março de 1870. Atualmente, em especial após a implantação do Mercosul, os países envolvidos no conflito superaram as diferenças e trabalham em prol do desenvolvimento sul-americano.

Da idealização à implantação da República

Os ideais republicanos estiveram presentes nas conjurações do século XVIII e nas contestações ao poder central no século XIX. A mudança de regime, porém, só ocorreu no dia de 15 de novembro de 1889, quando as insatisfações militares associaram-se às ideias republicanas e ao pensamento positivista que, inspirado em Auguste Comte (1798-1857), defendia o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim.
A República foi proclamada com um compromisso modernizador, voltado para a superação dos bloqueios ao desenvolvimento econômico. Tratava-se de um novo projeto civilizador.



Não podia deixar de tirar uma foto perto dos livros.
A nobreza brasileira

O Brasil foi o único país nas Américas que teve um corpo social de nobres. Os títulos e brasões foram concedidos pelos imperadores àqueles que não tinham, necessariamente, ascendência nobre. Apesar de muito discutido nas sessões da Câmara e do Senado, o tema nunca chegou a ser objeto de legislação específica. A condição mais importante era a vontade do imperador de, através de mercê nova, agraciar quem prestava relevantes serviços.
Até a proclamação da República, quando a nobreza foi extinta, foram concedidos 1.211 títulos nobiliárquicos, sem direito à sucessão hereditária. Somente 268 titulares solicitaram o uso de brasões, que eram colocados em residências, mobiliário, porcelanas, cristais e pratos de uso doméstico.




Muito interessante esse quadro de D. Pedro II - 1858 - óleo sobre tela em que ele é retratado fardado de general. A tela foi cortada a golpe de espada no gabinete do ministro da guerra, ao ser proclamada a República. Como registro o documento foi mantido a localização do rasgo.
Carta de despedida de D. Pedro II
"À vista da representação escrita que me foi entregue hoje, às três horas da tarde, resolvo, cedendo ao império das circunstâncias, partir, com toda a minha família, para a Europa, deixando esta Pátria de nós tão estremecida, à qual me esforcei por dar constantes testemunhos de entranhado amor e dedicação, durante quase meio século que desempenhei o cargo de chefe de Estado. Ausentando-me, pois, com todas as pessoas de minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo os mais ardentes votos por sua grandeza e prosperidade."
D. Pedro de Alcântara
Petrópolis, 16 de novembro de 1889.









Berlinda em destaque

 
Berlinda com motivo fúnebre
Já faziam parte das primeiras exposições do Museu Histórico Nacional, registradas no catálogo de 1924, alguns veículos de transporte terrestre, de tração humana e animal, que deram origem a uma das mais importantes coleções do gênero no Brasil. 
Essa coleção, que teve grande expansão entre 1946 e 1948, quando foram a ela incorporadas onze viaturas, é formada por veículos “particulares”, utilizados no transporte de pessoas, principalmente na cidade do Rio de Janeiro. Em 1925, integrou-se ao acervo do Museu um dos primeiros automóveis a circularem na primeira década do século XX, também na então capital da República. 
Devido às características das viaturas, não foram abordados nesta exposição os transportes coletivos ou de cargas, tendo sido priorizado o enfoque no Rio de Janeiro, onde o uso de cadeirinhas, berlindas e carruagens foi amplamente disseminado a partir da chegada da corte portuguesa, em 1808. 
Ao todo, são apresentadas ao público nessa exposição 29 peças. 
Espero que tenham gostado um pouquinho da minha visita ao MHN. Se você quiser conhecer mais acesse: http://www.museuhistoriconacional.com.br/

Beijnhos carinhosos...

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