Mãe e
filha. Que relação complicada, essa! Amor, carinho, compreensão e,
claro, muitas, muitas brigas. Brigas importantes, brigas bobas, brigas
engraçadas, brigas memoráveis. Só variam conforme a idade. Boletim,
namorados, arrumação do quarto, legumes, viagens, festas, hora de chegar
das festas... tudo é motivo para essas pelejas domésticas.
Para Angela Cristina, elas são apenas
carinho e preocupação. Para Maria de Lourdes, são chateação materna
mesmo.
Fala sério, mãe! é uma coletânea de crônicas bem-humoradas do cotidiano dessas duas personagens, que pode ser lida aleatoriamente ou como um romance em pílulas, em ordem cronológica, da barriga aos 21 anos.
Fala sério, mãe! é uma coletânea de crônicas bem-humoradas do cotidiano dessas duas personagens, que pode ser lida aleatoriamente ou como um romance em pílulas, em ordem cronológica, da barriga aos 21 anos.
Que ser mãe é
padecer no paraíso a sabedoria popular já tratou de espalhar para todo o
mundo. Mas... e quanto aos filhos? Será que não vivem lá o seu quinhão
de martírio nessa relação?
Pois em Fala sério, mãe!, a autora Thalita
Rebouças, com seu bom humor costumeiro, apresenta os dois lados da
moeda. Ao longo do livro são descritas as queixas e alegrias da mãe
coruja, e um tantinho estressada, Ângela Cristina, em relação à filha
primogênita Maria de Lourdes, a Malu, assim como as teimosias e o
sentimento de opressão desta em função dos cuidados, muitas vezes
excessivos, de sua genitora.
Para retratar os dois pontos de vista, a autora lança
mão do seguinte expediente: a primeira parte do livro, da gestação de
Maria de Lourdes até seus treze anos, é narrada pela mãe, que, então,
passa a palavra à filha de uma forma bastante inteligente e sensível:
"É a menina cedendo lugar não à mulher, mas a uma
linda mocinha. A minha mocinha (...) que se orgulha de ter idéias e
ideais, que me ensina muito, diariamente, e que se expressa com clareza e
coerência através de gestos, atitudes e, principalmente, palavras.
É, palavras. A partir de agora, tenho certeza, ela já pode falar por si própria".
Nesse momento entra em cena a segunda narradora, a
própria Maria de Lourdes, contando, de acordo com sua ótica, a relação
de amor e ódio com a figura materna. Sua narração se estende até o fim
da história, quando ela está com 21 anos.
No livro são descritas as habituais – e saudáveis –,
discordâncias existentes entre mães e filhas. As discussões entre Maria
de Lourdes e Ângela Cristina, às vezes sérias, outras vezes engraçadas;
às vezes importantes, outras vezes irrelevantes, são, no entanto, sempre
regadas a amor, possibilitando-lhes crescimento e amizade.
E, para fechar ( ou abrir?) com chave de ouro a obra,
o texto da orelha traz as duas protagonistas apresentando o livro num
diálogo divertidíssimo. Ali elas dão uma palhinha do que vai ser a
história: o relato da convivência, por vezes selvagem, entre criadora e
criatura.
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