Olá meus queridos, hoje trouxe para vocês um pouquinho do Museu Histórico Nacional. No âmbito da Jornada Mundial da Juventude e inteiramente patrocinada pela AAMHN, o MHN apresenta ao público até dia 18 de agosto a exposição "A Arte a Serviço da Fe" - Tesouros do MHN, reunindo 480 peças de sua expressiva coleção de arte sacra, entre as quais pinturas, esculturas em madeira e marfim, oratórios, medalhas, objetos devocionais e peças que integraram a Capela Imperial à época de D. Pedro II.
Oratórios eram comuns nas casas pela arraigada religiosidade brasileira. Quando fechados, pouco revelam do seu conteúdo; abertos, apresentam cenas da vida de santos e imagens sacras, testemunhos da fé a que se recorria nos momentos de alegria e de atribulação.
Significativas também são as pinturas sobre madeira, realizadas na Bahia do século XVIII, que fazem parte do conjunto de seis painéis utilizados nas procissões dos Passos da Paixão de Cristo, na época da Quaresma. Essas procissões eram muito populares e concorridas durante o período colonial e essas pinturas são possivelmente cópias de gravuras flamengas executadas por artesão local ou mesmo português.
Grupo escultórico em biscuit representando o "Sermão de São João Batista". Bing Y Grodhal, século XIX, Dinamarca.
A
permanência dos portugueses em terras atualmente chamadas de Brasil
deixou ao longo dos séculos não apenas um patrimônio hereditário de
miscigenação entre europeus, indígenas e africanos, como também uma
fonte tradição religiosa, expressa em objetos que hoje constituem
segmento importante do patrimônio artístico nacional.
A história da farmácia homeopática, fundada em
1847 por A. J. de Souza Magalhães, se confunde com a da própria cidade do
Rio de Janeiro. Outrora denominada Imperial Pharmácia, passa , em 1887,
às mãos do boticário português José Teixeira Novaes, seu funcionário
desde 1883. A família mantém sua tradição e seus magníficos móveis e
utensílios até 1983, quando foi obrigada a se desfazer do imóvel.
Com o apoio da Fundação Roberto Marinho, foi possível
preservar todo o acervo móvel, permitindo sua remontagem nas
dependências do Museu Histórico Nacional, como um marco da história
comercial do país.
O Império em Guerra
A Guerra do Paraguai ou da Tríplice Aliança (1865-1870)
foi o conflito mais longo ocorrido no sul da América. Suas origens
remetem ao processo de construção e consolidação dos estados nacionais
no Rio da Prata: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Tensões na esfera diplomática, relacionadas à livre
navegação nos rios platinos e à concorrência de mercados consumidores,
levaram o governo paraguaio a iniciar a ofensiva bélica. Em 1864, o
presidente paraguaio Solano López ordenou a apreensão do navio
brasileiro Marquês de Olinda, no Rio Paraguai, que levava o novo
presidente da província de Mato Grosso. No mês seguinte, determinou uma
investida contra essa província. Em 1865, Brasil, Argentina e Uruguai
assinaram o Tratado da Tríplice Aliança que determinava, entre outras
medidas, que a guerra somente acabaria com a saída de Solano López do
poder.
Após quatro anos, entre avanços e retrocessos da Tríplice
Aliança, a derrota paraguaia é selada com a morte de Solano Lopez, em 1º
de março de 1870.
Atualmente, em especial após a implantação do Mercosul, os países
envolvidos no conflito superaram as diferenças e trabalham em prol do
desenvolvimento sul-americano.
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Da idealização à implantação da República
Os ideais republicanos estiveram presentes nas
conjurações do século XVIII e nas contestações ao poder central no
século XIX. A mudança de regime, porém, só ocorreu no dia de 15 de
novembro de 1889, quando as insatisfações militares associaram-se às
ideias republicanas e ao pensamento positivista que, inspirado em
Auguste Comte (1798-1857), defendia o amor por princípio, a ordem por
base e o progresso por fim.
A República foi proclamada com um compromisso
modernizador, voltado para a superação dos bloqueios ao desenvolvimento
econômico. Tratava-se de um novo projeto civilizador.
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Não podia deixar de tirar uma foto perto dos livros.
A nobreza brasileira
O Brasil foi o único país nas Américas que teve um corpo
social de nobres. Os títulos e brasões foram concedidos pelos
imperadores àqueles que não tinham, necessariamente, ascendência nobre.
Apesar de muito discutido nas sessões da Câmara e do
Senado, o tema nunca chegou a ser objeto de legislação específica. A
condição mais importante era a vontade do imperador de, através de mercê
nova, agraciar quem prestava relevantes serviços.
Até a proclamação da República, quando a nobreza foi
extinta, foram concedidos 1.211 títulos nobiliárquicos, sem direito à
sucessão hereditária. Somente 268 titulares solicitaram o uso de
brasões, que eram colocados em residências, mobiliário, porcelanas,
cristais e pratos de uso doméstico.
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Muito interessante esse quadro de
D. Pedro II -
1858 - óleo sobre tela em que ele é retratado fardado de general. A tela foi cortada a golpe de espada no gabinete do ministro da guerra, ao ser proclamada a República. Como registro o documento foi mantido a localização do rasgo.
Carta de despedida de D. Pedro II
"À vista da representação escrita que me foi entregue
hoje, às três horas da tarde, resolvo, cedendo ao império das
circunstâncias, partir, com toda a minha família, para a Europa,
deixando esta Pátria de nós tão estremecida, à qual me esforcei por dar
constantes testemunhos de entranhado amor e dedicação, durante quase
meio século que desempenhei o cargo de chefe de Estado. Ausentando-me,
pois, com todas as pessoas de minha família, conservarei do Brasil a
mais saudosa lembrança, fazendo os mais ardentes votos por sua grandeza e
prosperidade."
D. Pedro de Alcântara
Petrópolis, 16 de novembro de 1889.
Berlinda em destaque
Berlinda com motivo fúnebre
Já faziam parte das primeiras exposições do Museu Histórico
Nacional, registradas no catálogo de 1924, alguns veículos de transporte
terrestre, de tração humana e animal, que deram origem a uma das mais
importantes coleções do gênero no Brasil.
Essa coleção, que teve grande expansão entre 1946 e 1948,
quando foram a ela incorporadas onze viaturas, é formada por veículos
“particulares”, utilizados no transporte de pessoas, principalmente na
cidade do Rio de Janeiro. Em 1925, integrou-se ao acervo do Museu um dos
primeiros automóveis a circularem na primeira década do século XX,
também na então capital da República.
Devido às características das viaturas, não foram
abordados nesta exposição os transportes coletivos ou de cargas, tendo
sido priorizado o enfoque no Rio de Janeiro, onde o uso de cadeirinhas,
berlindas e carruagens foi amplamente disseminado a partir da chegada da
corte portuguesa, em 1808.
Ao todo, são apresentadas ao público nessa exposição 29 peças.
Beijnhos carinhosos...